Nova regra dos juros rotativos do cartão: entenda como isso impacta na sua vida

O ano de 2024 mal começou e já temos uma nova regra para a cobrança dos juros rotativos do cartão. A modalidade de crédito é extremamente popular no Brasil e possui a maior taxa de juros quando comparada às demais maneiras. As mudanças já estão em vigor desde 3 de janeiro, no entanto são válidas somente para as dívidas contraídas a partir de janeiro deste ano, conforme divulgado pelo portal de notícias G1.

As alterações nos juros do cartão tem gerado bastante discussão e dúvidas entre os consumidores, até porque, por mais que se fale sobre o tema, nem todo mundo sabe o que são os juros rotativos e qual o impacto deles na saúde financeira. E foi pensando em falar sobre essa mudança de maneira clara e sucinta que preparamos este artigo.

Entenda o que são juros rotativos no cartão de crédito

Os juros rotativos são encargos financeiros cobrados quando uma pessoa não paga o valor total da fatura até a data de vencimento. Quando isso acontece, o banco ou instituição financeira emissora do cartão oferece a opção de pagar apenas uma parte da fatura, deixando o restante como saldo devedor para o próximo mês. Esse saldo devedor é sujeito aos juros rotativos, que são aplicados sobre o montante não pago.

É sabido que os juros rotativos do cartão são bastante elevados. Isso acontece pois a modalidade de crédito é considerada emergencial e de fácil acesso, portanto não há necessidade de apresentar garantias para sua obtenção. O resultado disso é um alto índice de inadimplência. 

Acontece que quando alguém faz o pagamento parcial de uma fatura e deixa o restante do valor acumular com os juros na próxima fatura, terá de pagar um valor consideravelmente maior. E à medida que o tempo passa e o hábito de não quitar as faturas permanece, a dívida vira uma bola de neve e assim fica cada vez mais difícil sair da situação de inadimplência.

A antiga regra dos juros rotativos no cartão de crédito

Até 2023, a forma como os juros rotativos eram calculados podia levar os consumidores a um ciclo sem fim de desastre financeiro. Os bancos e demais instituições financeiras emissoras de cartão de crédito tinham o poder de aplicar taxas de juros elevadíssimas sobre o saldo devedor. 

Para se ter um exemplo, em setembro de 2023 os rotativos do cartão chegaram a 441,1% ao ano, segundo matéria no portal de notícias Poder 360. Neste cenário, o pagamento mínimo da fatura mal cobria os juros, fazendo com que o valor da dívida aumentasse exponencialmente a cada mês.

A nova regra dos juros rotativos no cartão de crédito

Visando impedir que os usuários de cartão de crédito entrem em uma bola de neve financeira, o Conselho Monetário Nacional implementou uma série de mudanças nas regras dos juros rotativos, que são válidas somente para consumidores que não efetuarem o pagamento total das faturas a partir de 2024.

Com a mudança, os bancos e demais instituições financeiras emissoras de cartões de crédito devem ter o valor da dívida original como limite para o valor do juros cobrado. Na prática isso quer dizer que se um cliente tem uma dívida de R$ 100, ao ser acrescida de juros, a mesma não poderá passar de R$ 200. É válido lembrar que este cálculo desconsidera o custo do Imposto de sobre operações financeiras, o IOF.

Impactos financeiros da nova regra dos juros rotativos no cartão de crédito

As mudanças nos juros rotativos do cartão tem sido vista com bons olhos por parte dos especialistas em finanças e economia, no entanto, pode não ser a solução mais eficaz para acabar com os altos índices de inadimplência, visto que o problema também tem haver com educação financeira, ou melhor, com a falta dela aqui no Brasil. 

Confira abaixo os principais pontos, positivos e negativos, da nova regra dos juros rotativos no cartão de crédito:

  1. Menor endividamento: Com a limitação do valor dos juros, que não pode ultrapassar o valor original da dívida, os usuários de cartão de crédito têm uma oportunidade real de sair do ciclo de endividamento constante, evitando que suas dívidas se tornem impagáveis.
  2. Maior controle financeiro: Saber que existe um valor máximo que o rotativo pode atingir, incentiva as pessoas a se planejarem melhor financeiramente, buscando alternativas para voltarem a pagar suas faturas em dia e evitar os altos juros.
  3. Possível queda na oferta de crédito: Em um cenário de altas taxas de inadimplência, é provável que a limitação dos juros cobrados seja acompanhada de um maior rigor na oferta de crédito para aqueles que estão no rotativo. 

Independente do momento, é preciso ter educação financeira

A nova regra dos juros rotativos do cartão de crédito traz importantes mudanças para o cenário financeiro brasileiro, buscando oferecer mais proteção e transparência aos consumidores. Sem dúvida isso será positivo para quem eventualmente não puder fazer o pagamento completo da fatura. No entanto, é preciso cautela, pois, por menor que seja uma taxa de juros do rotativo, ela ainda é uma taxa de juros e o melhor cenário é desviar dela. A educação financeira é fundamental para mudar o comportamento e utilizar o cartão de crédito da maneira correta. Na nossa sessão de artigos, tem inúmeros textos que ajudam quem está no caminho de se educar financeiramente. Leia clicando neste link.

Leia também

A contabilidade mental no seu dia-a-dia...

Calma. Não vá embora. Eu sei que te dá aflição só de escutar a palavra “contabilidade...

Oportunidades de Investimento: Redução de IPI e o Melhor Momento par...

Trocar ou adquirir o primeiro carro é o sonho de muitos brasileiros, mas nos últimos anos, o merca...

O ex-Presidente dos Estados Unidos deveria trabalhar na Gruppi...

Em 15 de março de 1962, o histórico presidente dos Estados Unidos, John F. Kennedy deu um discurso...

Nós usamos cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência em nossos serviços. Ao utilizar nossos serviços, você concorda com tal monitoramento.

Aceitar